domingo, 25 de maio de 2008

Greve dos(as) professores(as) da UESPI é exemplo de resistência e luta no Piauí.

Governador W. Dias (PT), ex-sindicalista, pede a ilegalidade da greve à justiça.
Sinésio Soares (Délio)

• Os(as) professores(as) da UESPI (Universidade Estadual do Piauí) estão em greve desde o dia 09 de abril. A ira da categoria foi provocada mais ainda quando o governador Wellington Dias (PT) afirmou em um jornal local: “Os professores ganham muito bem. Se quiserem fazer greve, façam greve.” O salário base de um professor 20 h na UESPI é de (pasmem!) R$ 506,00. Desde outubro de 2007 que a categoria reivindica o piso do DIEESE para 20 h, fixando como referência o valor de R$ 1733,00.

A Uespi possui 1.400 professores, entre efetivos e substitutos, sendo que estes últimos representam 62% do quadro de docentes. A adesão à greve em Teresina é de quase 90% A categoria ainda reivindica a realização de concurso público para efetivar os profissionais, além de melhorias estruturais para a universidade.

O apoio dos(as) estudantes, em especial dos Centros Acadêmicos e da CONLUTE-PI, tem sido fundamental para a greve. Nesta terça-feira, 26 de maio, será realizado debate sobre o Maio de 68, como parte do calendário de atividades da Greve. No dia 28, haverá um churrasco de sardinhas enlatadas, numa referência ao aumento do preço dos alimentos e ao arrocho salarial promovido pelo governo petista.

O governo frente-populista piauiense concedeu reajuste linear de 5,5 % para todos os servidores do estado, sem distinção. A confiança de W. Dias (PT), ao provocar a categoria, reside no fato de que apenas a ADCESP-UESPI é filiada à CONLUTAS dentre todos os sindicatos de servidores públicos estaduais, na esmagadora maioria filiados à CUT. No dia 09 de maio, contrariando as previsões do governo, a greve da UESPI completou um mês de grande repercussão em todo o estado, comemorando na Rua Climatizada, centro de Teresina (foto ao lado).

Acuado, o governo, mesmo afirmando que não negociaria, propôs um piso de R$ 650,00 e uma série de alterações no Plano de Cargos para reduzir direitos, passando a atacar a ADCESP-UESPI através da imprensa burguesa. Para rebater a acusação de intransigência, a categoria apresentou contra-proposta de um piso inicial para R$ 851,00 para 20 h, que o governo também rejeitou.

No dia 13 de maio, a educação básica estadual também entrou em greve. Pressionada pela sua base, a Direção do SINTE-PI (PSB/PT/PCdoB) foi arrastada para a greve numa assembléia no Teatro de Arena. Militantes do grupo “Educação com Lutas” venceram o imobilismo do SINTE, maior sindicato do Estado, argumentando que o reajuste linear foi o mesmo para todos os servidores estaduais e a UESPI já estava em greve há mais de um mês. Dessa forma, toda a educação estadual cruzou os braços, diante da opção do governo de frente popular do PT em discursar para os trabalhadores e governar para os empresários.

O governador W. Dias (PT) foi presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí e jogou na lata do lixo toda a história da categoria que liderou. Aprendeu apenas a lição dos patrões com quem fazia seus “conchavos” na época de sindicalista: hoje ameaça cortar o ponto dos(as) grevistas e no dia 20 de maio pediu a ilegalidade das duas greves da educação.

Trabalhadores(as) em educação reconhecem a CONLUTAS como direção.

Ao ver a bandeira da CONLUTAS tremulando nos atos, passeatas e outras manifestações, é nítida a confiança dos(as) trabalhadores(as) em educação na nova direção que vem se construindo após a traição histórica da CUT e do PT. Confiança na maturidade, resistência e luta dos(as) professores(as) na greve da UESPI, e na firmeza da Direção da ADCESP, fortemente apoiada pela CONLUTAS. Confiança na força da base, também apoiada pela CONLUTAS, através da oposição organizada na greve da educação básica.

Estudantes, servidores(as) e professores(as) do Piauí sentem orgulho e disputam o direito de levantar essa bandeira, que também ensina uma importante lição: Educação se faz com lutas !.

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